Saturday, January 17, 2015

Um sonho chamado América



(1. a) Desenho digital feito em Krita (Website oficial); b) Reprodução livre a partir da fotografia com a seguinte legenda: «Entre 1815 e 1914, mais de 35 milhões de europeus partiram para a América do Norte», pertencente ao artigo «Ascensão e queda das ROTAS marítimas», de António Gama Mendes, «in» Notícias do Milénio, edição de 8 de Julho de 1999 dos jornais do grupo Lusomundo (Diário de Notícias, Jornal de Notícias, Açoriano Oriental, Diário de Notícias - Madeira e Jornal Tribuna de Macau), pp. 542-546;

2. Excertos do artigo:

«Abolido o tráfico negreiro no início do século XIX, sucedeu-lhe um outro fluxo populacional, agora proveniente da Europa. De 1815 a 1914, mais de 35 milhões de europeus expatriaram-se para a América do Norte: sucessivamente, ingleses, irlandeses, escandinavos, polacos e italianos deixaram a sua terra, vítimas das mudanças trazidas pela industrialização ou pelas perseguições políticas, fornecendo uma força de trabalho abundante à economia americana, então em rápida expansão. Pela mesma altura, a América do Sul povoa-se com gentes oriundas dos países do Sul da Europa – portugueses, espanhóis e italianos engrossam os contingentes dos emigrantes europeus.

«Do outro lado do mundo, assiste-se à diáspora de chineses e de japoneses pelas penínsulas e ilhas dos mares do Sul, inicialmente de forma ténue, vindo depois a estender-se até à costa americana. Desde 1850, mais de 15 milhões de chineses atravessaram os mares, das ilhas próximas até ao outro lado do oceano Pacífico.

«(…) Os veleiros que dominaram os mares, até ao advento do navio a vapor, atingiram o seu apogeu por meados do século XIX.

«O advento do navio moderno, iniciado pelo navio a vapor e continuado pelo motor a diesel, veio a transformar profundamente os dados da circulação marítima.

«Deve-se-lhe, assim, para além da grande migração transoceânica do século XIX, colonizadora das Américas e da Austrália, a possibilidade de organizar um transporte regular de escoamento e de abastecimento quase contínuos, fundador das rotas do comércio mundial.

«(…) As rotas de mar que durante séculos levaram gentes, mercadorias e ideias, resumem-se, em virtude da revolução dos sistemas de transporte e comunicação do último meio século, quase em exclusivo a rotas de mercadorias. Por sua vez, estas mercadorias mobilizam frotas cada vez mais especializadas e numerosas e dotadas de cada vez maior tonelagem. Enquanto isso, após a Segunda Guerra Mundial, o transporte intercontinental de passageiros, que fez a fama dos grandes navios da primeira metade deste século, os célebres transatlânticos, veio a declinar até desaparecer, em favor do avião.»)

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