No sítio de Carregosa, quando no Inverno chove a cântaros, as terras inundam(*). E até o rochedo – único local de passagem – fica quase submerso. Passá-lo a pé não é para qualquer um. Rugem as águas no rochedo que, batido pelo vento, cospe para o viajante temerário gotas de água terríveis molhando-o até aos ossos. Daí que pusessem ao rochedo o nome de Monstro dos Perdigotos.
Aconteceu ao princípio da noite de 28 de Março. A coisa complicou-se mais que o costume pois a tempestade Nelson quis mostrar o que valia, a tal ponto que o Monstro dos Perdigotos estava de olhos assarapantados. O tempo embraveceu-se e até o mafarrico ficou de boca aberta temendo pela vida do seu cliente (para o mafarrico todos são clientes). Mas o padre Feliscerto passou e sobreviveu para contar a história.
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((*) Como em tudo na vida, há um fundo de verdade nisto.; 1. As notícias: a) «Depressão Nélson. Proteção civil registou mais de 700 ocorrências em todo o país» (com o vídeo do tornado no estuário do Tejo, junto à ponte Vasco da Gama, ao início da tarde de 28, em Lisboa) – RTP Notícias de 2024/03/29; e b) «Tempestade Nelson provoca estragos e causa morte a quatro pessoas em Espanha» – Diário de Notícias de 2024/03/28; 2. A propósito: «Temporada de tempestades de vento na Europa de 2023-2024» - Wikipedia)
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